CONSELHOS DE SANTO ESTEVÃO A SEU FILHO SANTO AMÉRICO


Na famosa obra “Históire Universelle de l’Eglise Catholique”,  de autoria do Pe. Rohrbacher encontramos 10 conselhos dados por Santo Estevão a seu filho Santo Américo (1).  Escolhemos dois deles que nos mostram como um rei deve tratar a nobreza – baluarte do reino – para que efetivamente haja um bom governo. Os subtítulos são do site.

Comandar a nobreza com humildade

“O quarto esplendor do governo é a fidelidade, o valor, a prontidão, a polidez, a confiança dos príncipes, dos barões, dos condes, dos homens de armas, dos nobres; pois eles são o baluarte do reino, os defensores dos fracos, os vencedores do inimigo e os engrandecedores das monarquias. Sejam eles para convosco, meu filho, como pais e irmãos. Não os reduzais nunca à servidão, nem façais de algum deles escravo; serão vossos soldados, não vossos servidores; comandai-os a todos sem cólera, sem orgulho, sem inveja, ordenadamente, humildemente, docemente, lembrando que todos os homens são de uma mesma condição, e de que nada eleva tanto como a humildade, e que nada degrada como o orgulho e a inveja.  Se fordes amigo da ordem então sereis chamado rei e filho de rei, sereis amado de todos os guerreiros. Se fordes colérico, soberbo, invejoso, intratável, e se vos exaltai com arrogância acima dos condes e príncipes, o próprio valor dos guerreiros será a fraqueza da realeza, e eles entregarão vosso reino aos estrangeiros. Temendo isso, deveis dirigir a vida dos condes segundo a regra das virtudes, a fim de que, presos pela afeição que vos dedicam, permaneçam sempre ligados à realeza e vosso reinado seja aprazível”.

O rei deve ser paciente e justo

“Um quinto ornamento da coroa real é a paciência e a justiça. David dizia: “Ó Deus, dai vossa equidade ao rei”. E ainda: “A honra do rei ama  a equidade”. São Paulo diz da paciência: “Sede paciente para com todo o mundo”, e o Senhor, no Evangelho: “É pela paciência que possuireis vossas almas”. Se, portanto, vós quereis possuir a honra da realeza, amai a equidade; se quereis salvar vossas almas, sede pacientes. Portanto, sempre que se vos apresentar, seja uma causa digna de ser julgada, seja um acusado de crime capital, não mostreis impaciência alguma (…) Os reis pacientes reinam; os impacientes tiranizam. Quando se vos apresentar um caso que convenha à vossa dignidade julgar, julgai-o com paciência e misericórdia  a fim de que a coroa seja louvada e ornada por isso”.

1. S. Estevão (975–1038) foi rei da Hungria e é considerado também seu apóstolo.  S. Américo viveu de 1007 a 1031. Não chegou a reinar.

Santo Estêvão da Hungria

Estêvão dedicou sua vida a fazer de seu reino, quanto possível, uma imagem do Reino do Céu!

Estêvão, o grande, nasceu na cidade de Esztergom, na Hungria, no ano 975. Foi o primeiro rei da Hungria. Ao nascer recebeu o nome de Vajk, que significa “herói”. Foi batizado aos 10 anos por Santo Adalberto de Praga, como pré-condição para receber de Roma, a coroa da Hungria. Recebeu o nome de Estêvão, em homenagem ao mártir da igreja primitiva, o diácono Estêvão. Casou-se em 995, quando tinha 20 anos, com a Bem Aventurada Gisela da Baviera. Estêvão e Gisela tiveram três filhos: Américo, Otão e Edviges. O mais velho, Américo, juntamente com o pai, foi canonizado santo pelo Papa São Gregório VII, em 1083.

Reza a tradição que Estêvão, após derrotar os nobres pagãos que queriam unificar, à força, as tribos magiares recebeu do Papa Silvestre II uma coroa de ouro e pedras preciosas, juntamente com uma cruz apostólica e uma carta de bênção, em janeiro de 1001. Com isto, o papado o reconhecia como um rei cristão na Europa.

Santo Estêvão foi o fundador da civilização cristã na Hungria e apóstolo do seu povo. Ele pertence à classe de reis que convertem e fundam civilizações e que representam um capítulo especial na vida dos santos.

Um dos grandes feitos de Estêvão foi a conversão de um povo nômade, procedente da Ásia e assentado na região do Danúbio. Era considerado um povo perigoso, guerreiro e feroz, uma ameaça para os vizinhos. Estêvão, com seu jeito cristão de ser, aproximou-se e deu-lhe estabilidade política definitiva. Conseguiu domar, ajudar e converter essa gente rebelde, tornando-a um povo cristão e fervoroso na fé.

Uma das orações oficiais, da missa a ele dedicada reconhece suas qualidades como rei: “propagar e fortalecer a fé do país lhe valeu a realeza celeste”. No seu reinado, Nossa Senhora foi instituída como padroeira da Hungria. Santo Estêvão faleceu em 1038, com 63 anos de idade.

Fonte: http://perosivaldomotta.blogspot.com.br/2013/08/1608-santo-estevao-da-hungria.html

Tags , .Adicionar aos favoritos o Link permanente.

Deixe um comentário