IN MEMORIAN DE LUIZ ANTÔNIO DA SILVA

Dia 02 de abril partiu para o céu nosso amigo Luiz Antônio. Deixa saudades e a certeza de que vale a pena viver por Deus. Registramos abaixo a Homilia proferida por ocasião da Missa de 7º dia.

À família de Luiz, rogamos a Deus o consolo e conforto necessários. Estamos certos de que, do céu, ele continuará cuidando de todos os seus com o carinho de sempre.

Valter e Sonia

 

Por Padre Robison Inácio

Nesta liturgia quaresmal, nos reunimos na mesma fé, na mesma esperança e na mesma caridade para sufragar este nosso irmão que após combater o bom combate, completou a carreira e guardou o precioso tesouro da fé (cf 2Tm 4, 7). Não consigo compreender porque quis a Providência Divina que no caminho rumo ao céu eu viesse a conhecer Luiz Antônio, homem austero consigo mesmo e afável com todos os que dele se aproximavam. Ainda recém-chegado a esta cidade, à frente desta grande paróquia, recebi a visita de um homem simples que mantinha sob o véu da discrição uma profunda sensatez e uma espiritualidade que me deixava acanhado. Luiz Antônio após uma intensa e esclarecedora conversa foi ao meu escritório e ficou encantado com uma tela que lá estava a ornar o meu ambiente de trabalho. Nela estava visível o rosto sereno e as mãos operosas do santo fundador do Opus Dei, São Josemaria Escrivá de Balaguer. Após sua ida ao meu escritório nossos vínculos se estreitaram ainda mais.

luiz antonio stucchiCom frequência, vinha à Paróquia de São Benedito permanecia longo tempo diante do sacrário e depois me visitava seja para um café, um almoço ou somente para uma tertúlia, conversa regular e edificante entre amigos. Recebi de Luiz Antônio conselhos valiosíssimos e os guardo com afeto em meu coração. Mesmo tendo vivido a maior parte de minha vida sem conhecer Luiz Antônio, desde que o conheci tive a impressão de que éramos muito próximos havia bastante tempo. A certeza que tenho é que a fé aproxima pessoas que tem uma comunhão forte de intenções. A fé une destinos para direcioná-los a Deus. Além dos assuntos de natureza espiritual, conversávamos sobre temas variados. Demonstrava grande apreço pelos vários temas discutidos na atualidade e não deixava, na qualidade de leigo comprometido com o Evangelho, de dar sua parcela de colaboração, principalmente, recorrendo à imprensa escrita. Faz-se mister recordar suas cartas, contendo reflexões muito equilibradas, publicadas pelo Jornal de circulação nacional Folha de São Paulo.

A Providência Divina nos presenteou com a palavra Obra, no coração do texto evangélico hoje proclamado. Este nosso irmão Luiz Antônio consagrou sua vida a Deus como zeloso colaborador da Obra. Como filho dileto de São Josemaria Escrivá de Balaguer aceitou o sofrimento com humildade e resignação. Ajudado por sua fé lúcida, fez de seu sofrimento uma oblação de amor pela Igreja e pelos seus amados. Em 13 de março de 2014, ele me escreveu para confidenciar um pouco de seu caminho de calvário (cito): “Pe Robison, como está o senhor? Gostaria muito de passar por aí de vez em quando para cumprimentá-lo, mas por enquanto estou sem condições físicas de viajar. A doença progrediu e o tratamento continua sem grandes resultados. Continuo dependendo das orações e da graça de Deus para continuar oferecendo este sofrimento por tantas coisas que precisam: a Santa Mãe Igreja, parentes e amigos que estão afastados de Deus, pessoas doentes como eu, etc. Continuo contando com as suas orações e também com as do Pe. Marcos, com quem  já conversei e gostei muito.” Ao ler e reler esta confidência, após o anúncio de sua morte serena, me veio à mente as palavras de São Josemaria Escrivá de Balaguer (cito): “Fomenta na tua alma e no teu coração – na tua inteligência e no teu querer – , o espírito de confiança e de abandono na amorosa vontade do pai celestial … Daí nasce a paz interior por que anseias” (Sulco, nº 850).

Enfim, encomendamos este nosso irmão Luiz Antônio à misericórdia de Deus. Desejamos que sua credencial para a eternidade seja apresentada ao Senhor dos Senhores com ajuda beata de São Josemaria Escrivá de Balaguer, do Bem-aventurado Álvaro del Portillo, do justo São José e da Virgem Santa Maria, invocada sob o título de Nossa Senhora de Torreciudad. Ajudados pelas palavras do salmista (cf. Sl 105, 19) pedimos: “Senhor Deus, segundo vosso amor para com Luiz Antônio seja também a vossa lembrança.” Amém. (Excertos da homilia que proferi na Missa Exequial, dia 03 de abril de 2014, na Igreja de São José).

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