Entre os 29 novos sacerdotes que foram ordenados no dia 25 de maio de 2024, dois são brasileiros: Alberto Hikaru Shintani e Carlos Augusto Lisboa Santos. Conheça um pouco das suas histórias (1)
Carlos tem 35 anos e nasceu no Rio de Janeiro. Quando cursava a graduação em Medicina em sua terra natal, conheceu o Opus Dei através de um médico que trabalhava no mesmo hospital em que ele tinha as aulas práticas. “Um dia estávamos conversando quando ele percebeu que eu era católico. Ofereceu-me ter conversas sobre a doutrina católica para aprofundar na minha fé. Depois de um tempo, convidou-me para ir às meditações no centro onde descobri que poderia ter direção espiritual. Através da direção espiritual, fui me aproximando cada vez mais de Deus e fui crescendo na vida de oração”, recorda.
E foi através da oração que Carlos ouviu a voz de Deus e viu que tinha vocação como numerário do Opus Dei. “A partir da entrega a Deus, pude compreender melhor meu serviço a Deus e à Obra com a minha formação acadêmica e, posteriormente, no exercício da minha profissão até 2018, quando me dediquei de maneira mais específica ao estudo da Teologia”, recorda. Durante esse período de estudo, Carlos disse sim à chamada ao sacerdócio. Foi ordenado diácono em novembro de 2023. “Com a ordenação sacerdotal, poderei servir a Deus e à Obra de uma maneira muito especial, emprestando-lhe minha voz e todo o meu ser ao celebrar os sacramentos da Eucaristia e da Penitência. Continuarei servindo a Deus também na vivência da caridade, da oração e no ensino das verdades da fé”.
Difundir a esperança
Shintani tem 37 anos. Nasceu e cresceu em São Paulo, sendo o quinto de sete irmãos. Seus pais são supernumerários e, desde a infância, ele frequentou o Clube Nautilus, cujas atividades semanais, acampamentos e excursões guarda na memória com muito carinho. “Gostava especialmente das férias de verão com garotos de todo o país. Era gratificante ver como conseguíamos fazer tantas coisas divertidas em tão pouco tempo, e como era possível desfrutar até de coisas “terríveis” como a hora de limpeza ou o tempo de estudo. Com o tempo iria descobrindo que por trás de tudo isso havia uma coisa que se chamava “santificação do trabalho”, e que íamos aprendendo isso na prática antes de saber a teoria”, recorda.
Um momento decisivo para a vocação de Alberto foi ter participado da canonização de São Josemaría em Roma, aos 16 anos de idade, recém completados. “Ver como a vida santa de um só homem havia sido capaz de transformar as vidas de tanta gente no mundo – meio milhão de pessoas só naquela praça! – era realmente incrível. E eu queria ser assim. Pouco tempo depois pedi a admissão no Opus Dei como numerário”.
Ele recorda que é comum que se diga que os jovens são incapazes de tomar decisões importantes em suas vidas por falta de maturidade, mas se ele era capaz de decidir sozinho a carreira universitária que definiria toda sua vida, por que não pensar no seu futuro com a ajuda de Deus?
Depois de terminar o ensino médio, começou a estudar na Universidade de São Paulo, mas depois de uns meses foi ao Japão, onde estudou História do Japão em Kobe University (Japão) e depois um mestrado em Kyoto University. Durante esses anos contribui nas atividades do Opus Dei nas cidades de Kyoto e Ashiya. “Vivendo em um país católico como o Brasil, nos acostumamos a muitos privilégios extraordinários. Lembro-me, com certo peso no coração…, de quando um amigo da faculdade no Japão me disse: ‘Como gostaria que o que você diz sobre Deus fosse verdade! E que eu fosse amado não pelo que eu faço ou pelo que valho, mas simplesmente que Alguém me amasse e ponto final’. Realmente não somos conscientes dos privilegiados que somos”.
Shintani destaca que em italiano se usa muito o adjetivo “bello” para as mais variadas ocasiões, por exemplo quando em português usaríamos adjetivos como “bom”, “legal”, “agradável”. “Como sacerdote, gostaria muito de ajudar as pessoas a verem o lado ‘belo’ daquilo que sempre tiveram. No fundo é o que significa a santificação do trabalho que eu desfrutava na minha infância, sem sabê-lo: descobrir o lado belo do que sempre tivemos ao alcance da mão, e de transformar o de sempre em algo belo. Também para mim o sacerdócio é um modo novo de descobrir e viver o que sempre tive.”
O Papa Francisco publicou a bula de proclamação do Jubileu de 2025 sobre a esperança. Alberto acredita que a missão do sacerdote é difundir a esperança num mundo onde ela parece um bem cada vez mais escasso.
E assim, inspirados por essa esperança, percebemos que nós somos amados por Alguém não pelo que fazemos ou valemos, mas simplesmente “somos amados e ponto final”. “Eu diria que fazer presente esse Alguém na vida diária de cada pessoa é, em resumo, a missão de um sacerdote. Uma bela missão, não?”, conclui.
Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/dois-novos-sacerdotes-brasileiros/
Nota: 1. Veja as informações sobre os outros sacerdotes acessando o link: https://opusdei.org/pt-br/article/ordenacoes-sacerdotais-em-roma/