PRECISAMOS ESTAR PRONTOS PARA DEFENDER A VERDADE DO MATRIMÔNIO, MESMO AO CUSTO DO MARTÍRIO

 

 

Cardeal Burke

 

 

São João foi chamado para anunciar a palavra de Deus sobre a santidade do matrimônio, uma vez que Deus criou homem e mulher desde o início, em vista da oposição da detestável Herodíades, que estava vivendo uma relação adúltera com o Rei Herodes. São João Batista foi indubitavelmente “um bastião de ferro” no anúncio da verdade, confiando que o Senhor nunca o abandonaria, mas faria a verdade prevalecer, mesmo ao custo do martírio.

O próprio Cristo, quando estava prestes a concluir Seu ministério, anunciou a mesma verdade, quando os fariseus Lhe indagaram sobre a prática do divórcio. Ele esclareceu que Sua resposta à pergunta deles não era nada menos que a exposição da verdade sobre o matrimônio, de acordo com o plano do Pai desde a Criação. Ele declarou:

Não lestes que o Criador, no começo, fez o homem e a mulher e disse: Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma só carne? Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu.

Quando os fariseus continuaram a questioná-lo, lembrando que até mesmo Moisés havia permitido o divórcio, ele respondeu com firmeza:

É por causa da dureza de vosso coração que Moisés havia tolerado o repúdio das mulheres; mas no começo não foi assim. Eu, porém, vos digo: Quem se divorciar de sua mulher, salvo em caso de fornicação, e se casar com outra, comete adultério. E aquele que desposa uma mulher rejeitada, comete também adultério.

Quando seus próprios discípulos comentaram sobre a dificuldade de viver a verdade sobre o matrimônio, Nosso Senhor assegurou-lhes que a graça divina é dada para viver, mesmo heroicamente, esta verdade que está na base da vida da Igreja e da sociedade, em geral: “Nem todos são capazes de entender isso, mas somente aqueles a quem foi dado.”

Mesmo acorrentado na prisão, São João Batista não perdeu a liberdade de dizer a verdade. Assim, também, não há um de nós que perca a mesma liberdade, mesmo se precisarmos entregar a nossa vida por amor à verdade.

A verdade, que nos foi revelada por Deus na Criação e na Redenção, deve sempre encontrar uma testemunha fiel em nós, pelo bem da nossa própria salvação e pela salvação do mundo. A festa de hoje deixa claro que a nossa missão de cristãos é a de sermos arautos da Palavra de Deus, mesmo em meio a uma cultura hostil, confiantes na Palavra do Senhor: “Eles lutarão contra vós; mas eles não prevalecerão, pois estou com vós, …, para livrar-vos.”

Rezemos, especialmente hoje, pela intercessão de São João Batista, para que, pela sua imitação, possamos ser arautos intransigentes da verdade acerca do matrimônio: a união duradoura, fiel e procriativa de um homem e uma mulher. O amor de Deus e de nosso próximo exige um testemunho fiel de nossa parte. Se o nosso testemunho precisar ser dado contra uma oposição hostil, como frequentemente ocorre em nossos dias, tenhamos confiança que a graça de Deus nunca nos faltará. Ela garante a vitória da verdade.

* * *

Em sua recente visita à Austrália, o Cardeal Burke, Prefeito do Tribunal da Assinatura Apostólica, dedicou praticamente todas as suas intervenções à Família, ao Matrimônio e à Verdade (incluindo o sermão acima, pregado na Festa do Martírio de São João Batista). (…)

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10 SETEMBRO, 2014

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