Francisco Fernandez Carvajal
“São pessoas necessitadas que recorrem a Cristo. E Ele as atende porque tem um coração compassivo e misericordioso. Durante os três anos da sua vida pública, curou muitos, livrou os endemoninhados, ressuscitou mortos… Mas não curou todos os enfermos do mundo nem suprimiu todos os sofrimentos desta vida, porque a dor não é um mal absoluto – ao passo que o pecado o é –, e pode ter um valor redentor incomparável se a unirmos aos sofrimentos de Cristo.
Muitos dos milagres que Jesus realizou foram remédio para inúmeras dores e sofrimentos, mas eram antes de mais nada um sinal e uma prova da sua missão divina, da redenção universal e eterna. E os cristãos continuam no tempo a missão de Cristo: Ide, pois, e ensinai a todos os povos, batizando-os… e ensinando-os a observar tudo quanto vos mandei. E eis que eu estou convosco todos os dias até à consumação do mundo.
As multidões andam hoje tão necessitadas como naquela época. Também hoje vemos que são como ovelhas sem pastor, que estão desorientadas e não sabem para onde dirigir as suas vidas. A humanidade, apesar de todos os progressos destes vinte séculos, continua a sofrer dores físicas e morais, mas padece sobretudo de uma grande falta da doutrina de Cristo, salvaguardada sem erro pelo Magistério da Igreja. As palavras do Senhor continuam a ser palavras de vida eterna, que ensinam a fugir do pecado, a santificar a vida ordinária, o trabalho, as alegrias, as derrotas e a doença…, e abrem os caminhos da salvação. Esta é a grande necessidade do mundo.
Quando avaliamos a situação da sociedade com os olhos da fé, não precisamos de muito esforço para descobrir que as pessoas “andam desejosas de ouvir a palavra de Deus, embora o dissimulem exteriormente. Talvez alguns se tenham esquecido da doutrina de Cristo; outros – sem culpa sua – nunca a aprenderam, e veem a religião como uma coisa estranha. Mas convencei-vos de uma realidade sempre atual: chega sempre um momento em que a alma não pode mais, em que não lhe bastam as explicações habituais, em que não a satisfazem as mentiras dos falsos profetas. E, mesmo que nem então o admitam, essas pessoas sentem fome de saciar a sua inquietação nos ensinamentos do Senhor”.
Está nas nossas mãos este tesouro da doutrina, para que possamos dá-lo a tempo e a destempo, oportuna e inoportunamente, através de todos os meios ao nosso alcance. E esta é a tarefa verdadeiramente urgente que incumbe a todos os cristãos.
(Francisco Fernandez Carvajal, Falar com Deus, trecho da meditação diária de 18 de janeiro)
Fonte: http://www.hablarcondios.org/pt/meditacaodiaria.aspx