É noite. Advinha-se o silêncio absoluto que habita na escuridão que a fotografia fixou. A alma, numa atmosfera como esta, se sente convidada à reflexão. Todas as circunstâncias grandes ou pequenas, agradáveis, enfadonhas ou até dolorosas da vida quotidiana desaparecem. A sós consigo mesmo, pode o homem transcender de tudo isto, e penetrar na região interior do recolhimento, da reflexão e do estudo.
É uma felicidade austera e calma. Em uma palavra, é uma felicidade verdadeira.
Em nosso clichê esta felicidade se faz sentir vivamente.
Três luzes estão nele acesas. A menos importante é a que propriamente merece o nome de luz: é a da vela. O seu reflexo sobre o livro constitui a segunda nota clara da gravura. Tem-se a impressão de que o pensamento contido no texto se torna luminoso. E a luz da vela e o reflexo no livro iluminam o rosto, fazendo ver nele a luz mais verdadeira, que é a da alma atenta e sutil que lê.
Analise-se este rosto imerso na leitura: está calmo, absorto, feliz.
É, como dissemos, a felicidade do isolamento, do recolhimento, a felicidade de pensar…
FONTE: Mensário Catolicismo. Seção “Ambientes, Costumes, Civilização”.