Nesses tristes tempos em que cresce na Igreja a influência progressista, especialmente sua falsa visão de pobreza aplicada à celebração da santa missa, é bom vermos o quanto ela é distante do verdadeiro espírito da Igreja que encontramos em seus santos.
“Para Deus o melhor: um culto cheio de generosidade nos elementos sagrados que se utilizam, e cheio de generosidade também no tempo que exige – não mais –, sem pressas, sem abreviar as cerimônias ou a ação de graças privada depois da Santa Missa, por exemplo. O decoro, a qualidade e a beleza dos paramentos litúrgicos e dos vasos sagrados expressam que o melhor que temos é para Deus, são sinal do esplendor da liturgia que a Igreja triunfante tributa à Trindade no Céu, bem como uma poderosa ajuda para reconhecermos a presença divina em nós. A tibieza, a fé mortiça e sem amor tendem a não tratar santamente as coisas santas, a perder de vista a glória, a honra e a majestade que se devem à Santíssima Trindade.
“Estais lembrados daquela cena do Antigo Testamento em que Davi deseja levantar uma casa para a Arca da Aliança, que até então era guardada numa tenda? Naquele tabernáculo, Javé fazia notar a sua presença de um modo misterioso, por uma nuvem e por outros fenômenos extraordinários. E tudo isso não era senão uma sombra, uma figura. No entanto, o Senhor encontra-se realmente presente nos tabernáculos em que está reservada a Santíssima Eucaristia. Aqui temos Jesus Cristo – como me enamora fazer um ato explícito de fé! –, com o seu Corpo, o seu Sangue, a sua Alma e a sua Divindade. No tabernáculo, Jesus preside-nos, ama-nos, espera-nos”6.
Em casa de Simão, o fariseu, onde Jesus sentiu a falta das atenções que era costume ter com os convidados, ficou patente o critério quanto ao dinheiro que se destina às coisas de Deus. Enquanto Jesus se mostra feliz pelas provas de arrependimento daquela mulher, Judas murmura e calcula o gasto – aos seus olhos inútil – que ela fez. Naquela mesma tarde, decidiu traí-lo. Vendeu-o aproximadamente pelo mesmo que custava o perfume derramado: trinta siclos de prata, uns trezentos denários.
“Aquela mulher que, em casa de Simão o leproso, em Betânia, unge com rico perfume a cabeça do Mestre, recorda-nos o dever de sermos magnânimos no culto de Deus.
“– Todo o luxo, majestade e beleza me parecem pouco.
“– E contra os que atacam a riqueza dos vasos sagrados, paramentos e retábulos, ouve-se o louvor de Jesus: «Opus enim bonum operata est in me» – uma boa obra foi a que ela fez comigo”7.
Fonte: Falar com Deus. Tempo Comum. Sexta semana. Segunda-feira.16-02. O Sacrifício de Abel.
Notas: (6) A. del Portillo, Homilia, 20-VII-1986; (7) Josemaría Escrivá, Caminho, n. 527.
* Os destaques são do site claravalcister.