A REGRA DA CARIDADE

Santo Agostinho e á filosofia das ciências | by Rodrigo Luan | Medium
Santo Agostinho
Amar o próximo como a si mesmo." - Instituto Salto Quântico

Eis a regra da dileção: querer também para o outro o bem que se quer para si. E não querer para ele, o mal que não se quer a si mesmo. E isso serve para todos os homens, porque não se deve fazer o mal a ninguém: “A caridade não pratica o mal contra o próximo” (Rm 13,10). Amemos, pois, como nos é ordenado, mesmo a nossos inimigos, se quisermos ser invencíveis. Mas ninguém torna-se invencível por si mesmo. Só graças a  essa lei imutável que liberta a todos os homens que a seguem. Assim, o que faz os homens invencíveis e perfeitos é somente os fatos de eles poderem amar. E isso não lhes poderá ser arrebatado.

Se um homem ama o seu semelhante não como a si mesmo, mas como um animal de carga; ou como gosta de seu banho; ou da plumagem ou do canto de um pássaro; isto é, ama só para obter algum prazer ou vantagem temporal, é fatal ele se tornar escravo – não de homem, mas do que é pior ainda – do vicio vergonhoso e abominável de não amar o outro como ele deve ser amado. É debaixo da tirania de semelhante vício que ele será arrastado para a pior das vidas, ou antes, para a morte”.

RETRATO DO HOMEM FRATERNO

        

Um Acusador - Frases de Boas Ações - Sentimentos

Esse homem, ao longo de sua vida, aproxima-se de seus amigos, para retribuir-lhes a generosidade; serve-se de seus inimigos para praticar a paciência; de todos os demais, para fazer-lhes o bem; de todos, enfim, para testemunhar-lhes a benevolência.

           

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Ainda que não ame os bens temporais, serve-se corretamente deles, para cuidar de seus semelhantes, conforme a sua condição. De alguns, pelo menos, no caso de não poder favorecer a todos igualmente.

            Se conversa com certos de seus íntimos mais frequentemente do que com outros, não é que ame mais a esses, mas porque sente mais confiança neles, e as ocasiões se apresentam mais facilmente. Trata com tanta mais deferência aos homens entregues aos cuidados temporais, quanto mais, ele mesmo, se acha desligado desses cuidados.

            Como não pode aliviar a sorte de todos os homens – a quem ama igualmente – pensaria faltar à justiça, se não atendesse com preferência aos que lhe estão mais unidos. A união espiritual é mais forte do que aquela que nasce de lugares e tempos, enquanto estamos neste corpo.

         

Amar o próximo como a si mesmo - Obras Sociais Allan Kardec Paz e Amor

Essa união de caridade é superior a todas as outras. Quem ama a Deus de todo o coração não se aflige, pois, com a morte de ninguém. Sabe bem que não perece para ele, quem não perece para Deus, pois Deus é o Senhor dos vivos e dos mortos. Não fica desesperado pela miséria de ninguém, como também não se sente justificado pela justiça dos outros. E como ninguém pode lhe arrebatar, nem a sua virtude nem o seu Deus, tampouco pode lhe ser tirada a felicidade.

            Se alguma vez é atingido por demais, pelos perigos ou extravios e dores de outrem, ele aceita o impacto dessa emoção no sentido de ir socorrer, corrigir e consolar o outro. E não para ficar ele mesmo transtornado por essas coisas”. 

Santo Agostinho. A verdadeira religião. O cuidado devido aos mortos. Trad. de Nair de Assis Oliveira, –  São Paulo: Paulus,2002. Pontos 87 e 91.

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