“Há um tipo de heresia especialmente comum e especialmente perigoso: o erro do indiferentismo. O indiferentismo sustenta que todas as religiões são igualmente gratas a Deus, que tão boa é uma como outra, e que é questão de preferência professar determinada religião ou não ter nenhuma. O erro básico do indiferentismo está em imaginar que o erro e a verdade são igualmente gratos a Deus; ou em pensar que a verdade absoluta não existe; que a verdade é o que cada um crê. Se aceitássemos que uma religião é tão boa como outra qualquer, logicamente o passo seguinte seria concluir que nenhuma vale a pena, visto não haver nenhuma que tinha sido estabelecida e aprovada por Deus”.
“A heresia do indiferentismo está especialmente enraizada nos países que se gabam de ter mentalidade aberta. Confundem o indiferentismo com a democracia. A democracia pede coisas que a caridade cristã também exige, isto é, o respeito à consciência do próximo, às suas convicções sinceras, mesmo que se saiba que são erradas. Mas a democracia não nos pede que digamos que o erro não tem importância, não nos exige que o ponhamos no mesmo pedestal que a verdade. Resumindo, o católico que baixa a cabeça quando alguém afirma: “Não interessa em que coisas você crê, o que interessa são as suas obras”, é culpado de um pecado contra a fé”.
“O indiferentismo pode ser pregado por palavras como por ações. É por esse motivo que se torna má a participação de um católico nas cerimônias não católicas, a assistência, por exemplo, aos serviços religiosos protestantes, fora dos casos prescritos pela Igreja, dentro das normas do ecumenismo (2) . Participar ativamente de tais cerimônias – por exemplo receber a comunhão num culto protestante- é um pecado contra a virtude da fé. Nós sabemos como Deus quer que Lhe prestemos culto e, por isso, é gravemente pecaminoso fazê-lo segundo normas criadas pelos homens, em vez de observarmos as que ele mesmo ditou”.
(…)
“Um católico pode, naturalmente, assistir (sem participar ativamente) a um serviço religioso não católico, sempre que haja razão suficiente. Por exemplo, a caridade justifica a nossa assistência às exéquias ou ao casamento de um parente, de um amigo ou vizinho não católico. Em ocasiões assim, todos sabem a razão de nossa presença.”
Terminada a citação do texto de Leo Trese nós, do site Claravalcister perguntamos: – até que ponto certa pastoral, tão preocupada em defender causas humanas e ambientais, tem contribuído para criar um ambiente de indiferentismo que vai minando profundamente a fé?
Notas:
1. O falso ecumenismo não só não se importa com as divergências doutrinárias entre as religiões como ainda combate toda forma de proselitismo. Eis porque expoentes do progressismo consideram que fazer apostolado com a outra parte seria um abuso e falta grave contra a caridade. Afinal, se não há uma verdade revelada, todas as religiões são iguais. Não há porque converter ninguém. Só o que importa é a união de homens de boa vontade em torno de projetos humanos.
2. Infelizmente, com a maior autonomia dada às Conferências episcopais as normas ficaram cada vez mais permissivas. Ademais, em muitas escolas confessionais católicas, há muito não se ensina a Fé e a moral da Igreja. Não se catequisa. O maior empenho é que o aluno estude a história das outras religiões. De preferência as não cristãs. Exatamente o oposto do que Bento XVI desejava quando fez um acordo com o Estado brasileiro para que tivéssemos aulas de religião nas escolas públicas.
3. Os destaques em negrito são do site.