A FRATERNIDADE DO CONIC, APOIADO PELA CNBB, ESTÁ BEM LONGE DO ENSINAMENTO MILENAR DA IGREJA

Valter de Oliveira

A corrente progressista dentro da Igreja tem feito enorme esforço para deturpar conceitos como caridade, misericórdia, fraternidade. O texto da  atual Campanha da Fraternidade é um exemplo disso. Nela se fala muito de diálogo, de inclusão e respeito a minorias sociais, mas tudo em uma perspectiva político-social-econômica. Pode-se até falar em Deus e em Cristo. O que não se fala é que a acolhida aos pecadores implica, necessariamente, na rejeição ao pecado. Para tal progressismo alguém pode viver em adultério e ser infiel a Deus e aos mandamentos e ainda assim amar a Deus e ao próximo. Mais ainda, se você defende a moral católica combatendo seus desvios passa a ser tido como intolerante, fundamentalista, legalista  e – por incrível que pareça – inimigo da união e da fraternidade.

Tal postura não encontra nenhuma base no magistério da Igreja. Tampouco no ensinamento e exemplos que encontramos na vida dos santos.

Estes sempre nos advertiram contra a falsa caridade e a falsa misericórdia. E falaram duramente contra os pecados que devemos evitar.

O ensinamento de São Paulo.

São Paulo fora dos muros

Comecemos pelas palavras de São Paulo aos Corintios, 6:

(…)

9.“Acaso não sabeis que os injustos não hão de possuir o Reino de Deus? Não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos,

10.nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o Reino de Deus.

11.Ao menos alguns de vós têm sido isso. Mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados, em nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de nosso Deus.

12.Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma.

13.Os alimentos são para o estômago e o estômago para os alimentos: Deus destruirá tanto aqueles como este. O corpo, porém, não é para a impureza, mas para o Senhor e o Senhor para o corpo:

14.Deus, que ressuscitou o Senhor, também nos ressuscitará a nós pelo seu poder.

15.Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, então, os membros de Cristo e os farei membros de uma prostituta? De modo algum!

16.Ou não sabeis que o que se ajunta a uma prostituta se torna um só corpo com ela? Está escrito: Os dois serão uma só carne (Gn 2,24).

17.Pelo contrário, quem se une ao Senhor torna-se com ele um só espírito.

18.Fugi da fornicação. Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o impuro peca contra o seu próprio corpo.

19.Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habi­ta em vós, o qual recebes­tes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?

20.Porque fostes comprados por um grande preço. Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo.* Bíblia Ave Maria. Carta de S.Paulo aos Corintios. Cap. 6  https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/i-corintios/6/

Isso significava que não se acolhia aos pecadores? Não, muito pelo contrário. Procurava-se todos eles para que se convertessem, para que renunciassem ao pecado. No próprio texto vemos o apóstolo afirmando que muitos tinham praticado as indignidades que ele combatia, mas que foram homens e mulheres que, pela conversão, passaram a ser justificados por Deus.

O ensinamento de S. Luis Grignon de Montfort

No terceiro capítulo do “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem” o santo trata da importância de entendermos o que seria uma verdadeira devoção à Virgem. Logo depois explica quais são as falsas devoções. Entre estas temos os devotos críticos, os escrupulosos, os exteriores, os inconstantes, e os presunçosos. Quem são estes?

“Os devotos presunçosos são pecadores entregues às suas más paixões, ou amigos do mundo” (ponto 97). Sob o nome de cristãos e devotos de Maria escondem o orgulho, a avareza, a impureza, a embriaguez, a cólera, a blasfêmia, a maledicência, a injustiça e outros. Estes dormem em paz nos seus maus hábitos, sem se esforçar muito para os corrigir, pois dizem que são devotos de Nossa Senhora. Dizem ainda que Deus os perdoará: não morrerão sem confissão e não serão condenados porque rezam o terço e jejuam, ou porque pertencem às confrarias ou às congregações, ou ainda porque trazem o hábito ou a cadeia da Santíssima Virgem. “Nada é tão prejudicial no Cristianismo como esta presunção diabólica”. (TVD, ponto 98).

Observemos que a crítica a esses falsos devotos deve-se ao fato que escondem seus vícios sob o nome de cristãos. São hipócritas.

A questão da acolhida aos pecadores em nossos dias

A Igreja esteve sempre aberta aos pecadores, às ovelhas perdidas. Os santos sempre se dedicaram a eles através do apostolado, da oração, da reparação, da mortificação. Em todos os momentos. Mesmo por aqueles que passaram a vida em pecado e que tinham alguns momentos para se converter no fim da vida. Era o que acontecia com os moribundos ou com os que haviam sido condenados à pena de morte.

Havia todo o empenho em que o pecador se arrependesse e se unisse a Deus.

Hoje a acolhida tomou nova forma. Às vezes até se fala em uma vaga conversão, uma espécie de amor genérico aos homens e a Deus. Nada de aversão ao pecado. O importante seria um amor à humanidade, a causas sociais, à Mãe Terra, à preocupação com o meio ambiente.

Amor genérico que seria compatível até com a defesa do aborto que passou a se chamar defesa dos direitos da mulher. Também com tudo o que é favorável ao movimento LGBT & Cia.

Na verdade, quando os heresiarcas do progressismo pedem acolhida aos pecadores o que procuram é dar cidadania e cercar de uma áurea de respeito várias formas de vício e de pecado.

Nessa clave entende-se ver um cardeal alemão afirmando que devemos dar comunhão para adúlteros, pois se amam… ou a pessoas que vivem uniões homo afetivas, e que também se amam… “Amam-se” apesar de não desejarem abandonar o que os separa de Deus. Como se fosse possível um verdadeiro amor sem levar em conta a Divina Revelação e o amor de Deus.

Pior é que há um número enorme de bispos e religiosos procurando confirmar tais pessoas no erro.

Sobre os falsos pastores temos as palavras de São Paulo (…) “virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências.

E desviarão os ouvidos da verdade ( … )”. (II Timóteo 4:3–4)

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