“Ó Deus, verdade, princípio e ordenador da verdade de todos os seres que são verdadeiros, ó Deus, sabedoria, fundamento, princípio e ordenador da sabedoria de todos os seres que possuem sabedoria; ó Deus, verdadeira e suprema vida, fundamento, princípio e ordenador da vida dos seres que são beatos:
Ó Deus, bem e beleza, fundamento, princípio e ordenador do bem e da beleza de todos os seres que são beatos e belos; ó Deus, luz inteligível, fundamento, princípio e ordenador de todos os seres que participam da luz inteligível; ó Deus, cujo reino é todo o mundo oculto aos sentidos; ó Deus, de cujo reino deriva a lei para os reinos da natureza; ó Deus, do qual afastar-se é cair, para o qual voltar-se é ressurgir, no qual permanecer é segurança; ó Deus, do qual sair é morrer, para o qual caminhar é voltar a viver, no qual habitar é viver; ó Deus, do qual só se extravia quem se deixou enganar, que só é buscado por quem foi chamado, que só é encontrado por quem está purificado; ó Deus, a quem abandonar é arruinar-se, a quem tender é amar, ver é possuir; ó Deus, a quem nos estimula a fé, exalta a esperança, une a caridade (…); ó Deus, purifica-nos e prepara-nos aos prêmios divinos; vem benévolo, ao meu encontro”. (S. Agostinho, Solilóquios I, 1, 3.)