Gostaria de relatar algumas impressões da Jornada Mundial da Juventude que deixaram marcas profundas em meu coração. Primeiramente não sabia o que esperava vivenciar neste encontro. Na verdade, não tinha a verdadeira dimensão do que significava uma Jornada. Minha maior expectativa era poder me aproximar do santo padre o máximo possível e escutar suas mensagens.
Em todos os dias em que estive em Madrid pude conhecer jovens das mais diversas nações do mundo, desde nossos hermanos argentinos até outros jovens da Indonésia, Iraque, Lituânia, Rússia, China, Nigéria, Itália, França. Sem nenhuma sombra de dúvida, ali estavam presentes jovens de todas as nações da orbe. Foi emocionante ver esta diversidade de pessoas e culturas reunida com o mesmo propósito, realizar um encontro pessoal com Cristo e escutar as palavras de seu vigário na terra. Aí tomei dimensão do que é ser católico.
Houve um momento em que o ódio e a intolerância quiseram ofuscar o brilho da alegria e do louvor com a presença de manifestantes indignados. Mas sua fúria foi aplacada com sorrisos e com o tradicional brado: Esta és, la juventud del papa!
Definitivamente, a capital espanhola foi invadida por todos os lados. Nós estávamos nas ruas, avenidas, igrejas, ônibus, metrôs, restaurantes, lojas. Fiquei impressionado com a força que Cristo possui, só Ele pode unir tantos corações na mesma esperança. Era belo de ver grupos de garotas e rapazes, inflamados do amor divino,se reunindo pelas praças a entoar cânticos pascais ao som de violões e tambores. Esta alegria que provém do louvor contagiava quem passava por perto, revelando a presença do ressuscitado no meio de nós.
O ápice desta Jornada foi a noite de vigília no aeroporto Cuatro Vientos. Durante toda tarde milhares e milhares de peregrinos se dirigiam para este local. Com o metrô interditado, tivemos que tomar ônibus e realizar uma longa caminhada sob um calor escaldante. Os madrilenhos esbanjaram cordialidade, dos prédios lançavam baldes de água sobre a multidão nas ruas, com o intuito de aliviar o sofrimento. Apesar disto pude ver o luminoso exemplo de religiosos franciscanos, carmelitas,dominicanos com seus hábitos de penitência. Que testemunho!
Após estender meu saco de dormir entre os 2 milhões de peregrinos ficamos a esperar o santo padre, ele nos faria um discurso e depois seguiria a adoração ao Santíssimo Sacramento. Minutos antes do papa se pronunciar uma tremenda tempestade se formou, os relâmpagos clareavam o céu, as variadas matizes de cores das bandeiras tremulavam sob o forte vento e a chuva. Cada um se protegeu como podia. Todos resistimos bravamente. Logo após, o Papa abriu mão do discurso para realizar o momento de adoração. Quando Jesus se fez presente no meio de nós, um grande silêncio se fez, todos nós, os 2 milhões de jovens ali presentes nos colocamos de joelhos para adorar o Grande Rei do Universo.
A noite prosseguiu com a vigília, muitos abatidos pelo cansaço repousavam ali mesmo, diante da capela. Os padres estavam presentes, durante toda a madrugada exerciam seu ministério no perdão dos pecados. Grupos de música se revezavam diante das capelas para entoar louvores a Cristo. Com o nascer do sol, todos rezamos as Laudes do Domingo com um grupo de religiosas que dirigiram a oração. Logo após tivemos a Santa Missa, momento ápice de louvor e agradecimento. Para a alegria de nós brasileiros, o Papa anunciou o destino da próxima Jornada Mundial da Juventude 2013…see you in Rio !!!
Mateus Versiani Queiroz é seminarista do 1°ano de Filosofia do Seminário Maria Mater Ecclesiae do Brasil, em Itapecerica da Serra, São Paulo
QUARTA-FEIRA, 28 DE SETEMBRO DE 2011