Valter de Oliveira
Estamos em plena quaresma. Tempo de oração, mortificação, reparação. Tempo de procurarmos nos assemelhar cada vez mais a Cristo que antes de começar sua vida pública se preparou durante quarenta dias no deserto.
Sabemos que Cristo está sempre ao nosso lado, sempre pedindo para entrar e habitar em nossa alma. Ele nos convida a carregar a Cruz e nos garante que ela é leve, que nos une a Ele, que nos faz melhor, que nos leva à única e verdadeira alegria. Pede-nos que O ajudemos a carregar a cruz como o bom Cireneu naquele dia da Paixão.
Fomos todos redimidos pelo sofrimento de Cristo na cruz e é nela que encontramos a salvação. Amando-a estaremos dispostos a aceitar as dificuldades diárias e, principalmente, seremos capazes de entender que toda forma de sofrimento pode nos ajudar a fortalecer nossa fé.
Muitas vezes reclamamos das cruzes que recebemos. É não saber sofrer. Temos que lembrar que Nosso Senhor não nos convidou para andarmos por um caminho fácil, largo, cômodo. Devemos seguir um caminho estreito que é o dos seguidores de Cristo. Como Ele seremos perseguidos, teremos nosso Calvário. Como filhos fiéis teremos tudo isso ao lado da Virgem, nossa Mãe, que está sempre ao nosso lado, confortando-nos e alentando-nos até a hora de nossa morte.
Na última quarta-feira recebemos as cinzas que nos recordou que “somos pó e ao pó haveremos de voltar” (Gn 3, 19). Nada somos por nós mesmos, tudo somos ao lado de nosso Deus, seguindo amorosamente sua santa vontade.
Aproveitemos a quaresma lutando para praticar com mais carinho o que a Igreja nos pede especialmente neste período: mortificações diárias, acompanhadas das práticas do jejum, da esmola, da oração. Não precisam ser grandes. O que importa é que sejam contínuas, puras, esperançosas, que nos unam cada vez mais a Cristo e nos façam cada vez mais semelhante a Ele.
Lembrando com alegria que aí teremos o cêntuplo já nesta terra.
